sábado, 11 de março de 2017

A ÁFRICA NEGRA ANTES DOS EUROPEUS – O IMPÉRIO MALI E O REINO DO CONGO

A história registra a existência de diversos povos na África, entre os séculos VIII e XVII. Esse período compreende os relatos sobre a existência de impérios e reinos prósperos, como o Império do Mali e o Reino do Congo. O Império Mali localizava-se no deserto do Saara, na África ocidental. Por serem escassos os vestígios arqueológicos desse povo, a maior parte dos relatos sobre sua existência foi revelada pelos griots, cantores, músicos e poetas que transmitem as histórias de seu povo.
O manicongo possuía um trono e recebia de seus súditos impostos que eram pagos com produtos (metais, frutas, gado e marfim) ou em dinheiro (nzimbu, uma espécie de concha marinha da Ilha de Luanda cuja extração era monopólio real), além disso era o próprio juiz e resolvia pessoalmente e em praça pública disputas judiciárias de seu povo. No final do século XV, o navegador Diogo Cão chegou a foz do rio Congo, e o manicongo o recebeu cordialmente, talvez por temer as armas de fogo. A recepção amistosa permitiu aos portugueses interferir diretamente na política africana. Com a morte do rei do Congo, seus dois filhos iniciaram a disputa pelo trono. Um deles, Nzinga Mbemba, foi ajudado pelos portugueses e venceu o irmão. Mbemba converteu-se ao cristianismo e adotou um nome português, Affonso, absorvendo a cultura européia através de estudos realizados junto a padres. Affonso I pretendia fortalecer seu reino, mas o rei de Portugal enviou à região traficantes interessados em escravizar e vender os negros. Ao perceber a intenção dos europeus, Affonso I apelou ao rei de Portugal e ao Papa, a fim de proibir o tráfico de negros, contudo em vão. O reino do Congo declinou a serviço do tráfico atlântico de escravos para trabalhar nas terras do Novo Mundo. No século seguinte, tentaram uma revolta antilusitana, mas foram derrotados, e o Congo passou para o domínio português.

Nenhum comentário:

Postar um comentário