segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
HISTÓRIA DO PANETONE
Tradicional no Natal, panetone surgiu por "erro" de padeiro.
De tão tradicional no Brasil, o panetone parece ter sido inventado aqui mesmo. Mas não foi. O pão amplamente consumido no Natal foi criado em Milão, na Itália, graças ao "erro" de um padeiro. A lenda em torno de sua criação remonta ao ano de 900 e diz que o humilde assistente de padeiro Toni, após ter trabalhado horas a fio na véspera de Natal, precisava ainda assar mais uma fornada de pães e preparar uma torta para seu chefe. De tão exausto que estava, confundiu-se e colocou as uvas passas da torta na massa de pão. Desesperado, tentou salvar a situação jogando frutas cristalizadas, manteiga, ovos e os demais ingredientes do recheio que seriam usados originalmente na torta.
Toni assou a mistura e entregou para o patrão. O que o assistente não esperava era que sua criação fizesse sucesso durante a ceia de Natal de seu chefe, que, além de elogiá-lo, decidiu homenageá-lo e dar o nome à massa de "pane di Toni" ("Pão do Toni", na tradução do italiano). Com o passar do tempo, o bolo começou a ser chamado de panetone. Como toda boa lenda, a origem do panetone possui várias versões, mas todas elas têm Toni como denominador comum. A chegada dos imigrantes italianos no Brasil após a Segunda Guerra Mundial trouxe o panetone para o país. A Bauducco diz que o fundador na empresa, o italiano Carlo Bauducco, começou a vender o produto aqui a partir de 1948.
sábado, 23 de novembro de 2013
Reforma Protestante - Calvinismo - Indulgências
Ocorrido como um desdobramento da Reforma Luterana, o movimento Calvinista foi uma das principais religiões surgidas durante a Reforma Protestante. A Suíça, criada após sua separação do Império Romano-Germânico, em 1499, teve contato com as idéias de Martinho Lutero através da pregação feita pelo padre Ulrich Zwinglio.
Ao propagandear as doutrinas luteranas pela Suíça, Zwinglio desencadeou uma série de revoltas civis que questionavam as bases do poder vigente. A prática do zwinglianismo preparou terreno para a doutrina que seria mais tarde criada pelo francês João Calvino. Perseguido em sua terra natal, João Calvino refugiou-se na Suíça com o intuito de disseminar outra compreensão sobre as questões de fé levantadas por Martinho Lutero.
Segundo Calvino, o princípio da predestinação absoluta seria o responsável por explicar o destino dos homens na Terra. Tal princípio defendia a idéia de que, segundo a vontade de Deus, alguns escolhidos teriam direito à salvação eterna. Os sinais do favor de Deus estariam ligados a condução de uma vida materialmente próspera, ocupada pelo trabalho e afastada das ostentações materiais.
De acordo com alguns estudiosos, como o sociólogo Max Weber, o elogio feito ao trabalho e à economia fizeram com que grande parte da burguesia européia simpatizasse com a doutrina calvinista. Contando com esses princípios, observamos que a doutrina calvinista se expandiu mais rapidamente que o Luteranismo.
A Reforma Protestante foi apenas uma das inúmeras Reformas Religiosas ocorridas após a Idade Média e que tinham como base, além do cunho religioso, a insatisfação com as atitudes da Igreja Católica e seu distanciamento com relação aos princípios primordiais.
Durante a Idade Média a Igreja Católica se tornou muito mais poderosa, interferindo nas decisões políticas e juntando altas somas em dinheiro e terras apoiada pelo sistema feudalista. Desta forma, ela se distanciava de seus ensinamentos e caía em contradição, chegando mesmo a vender indulgências (o que seria o motivo direto da contestação de Martinho Lutero, que deflagrou a Reforma Protestante propriamente dita), ou seja, a Igreja pregava que qualquer cristão poderia comprar o perdão por seus pecados.
Outros fatores que contribuíram para a ocorrência das Reformas foi o fato de que a Igreja condenava abertamente a acumulação de capitais (embora ela mesma o fizesse). Logo, a burguesia ascendente necessitava de uma religião que a redimisse dos pecados da acumulação de dinheiro.
Junto a isso havia o fato de que o sistema feudalista estava agora dando lugar às Monarquias nacionais que começam a despertar na população o sentimento de pertencimento e colocam a Nação e o rei acima dos poderes da Igreja.
Desta forma, Martinho Lutero, monge agostiniano da região da saxônia, deflagrou a Reforma Protestante ao discordar publicamente da prática de venda de indulgências pelo Papa Leão X.
Leão X (1513-1521) com o intuito de terminar a construção da Basílica de São Pedro determinou a venda de indulgências (perdão dos pecados) a todos os cristãos. Lutero, que foi completamente contra, protestou com 95 proposições que afixou na porta da igreja onde era mestre e pregador. Em suas proposições condenava a prática vergonhosa do pagamento de indulgências, o que fez com que Leão X exigisse dele uma retratação pelo ato. O que nunca foi conseguido. Leão X então, excomungou Lutero que em mais uma manifestação de protesto, rasgou a Bula Papal (documento da excomunhão), queimando-a em público.
Então, enquanto Lutero era acolhido por seu protetor, o príncipe Frederico da Saxônia, diversos nobres alemães se aproveitaram da situação como uma oportunidade para tomar os inúmeros bens que a igreja possuía na região. Assim, três revoltas eclodiram: uma em 1522 quando os cavaleiros do império atacaram diversos principados eclesiásticos afim de ganhar terras e poder; outra em 1523, quando a nobreza católica reagiu; e, uma em 1524, quando os camponeses aproveitando-se da situação começaram a lutar pelo fim da servidão e pelas igualdades de condições. Mas esta última também foi rechaçada por uma união entre os católicos, protestantes, burgueses e padres que se sentiram ameaçados e exterminaram mais de 100 mil camponeses. O maior destaque da revolta camponesa na rebelião de 1524 foi Thomas Münzer, suas idéias dariam início ao movimento “anabatista”, uma nova igreja ainda mais radical que a luterana.
domingo, 21 de abril de 2013
Vamos lembrar quem foi Tiradentes
Tiradentes nasceu no ano de 1746, na Fazenda do Pombal, em Minas Gerais. Ficou órfão cedo – perdeu a mãe aos nove anos de idade e o pai aos 11, sendo criado, desde então, por um padrinho, que lhe ensinou a prática da odontologia.
O idealismo de Tiradentes o levou a se envolver de corpo e alma na Inconfidência Mineira (movimento revoltoso ocorrido em 1789, na cidade de Vila Rica, hoje Ouro Preto, a favor da emancipação do Brasil da Corte Portuguesa). Seu envolvimento com a Inconfidência aconteceu após uma viagem ao Rio de Janeiro, em 1787, quando ele entrou em contato com as novas idéias políticas e filosóficas recém-chegadas da Europa.
Ao voltar para Vila Rica, em 1788, passou a divulgar em público os propósitos do movimento mineiro. Foi traído por Joaquim Silvério dos Reis, em 1789, quando foi preso no Rio de Janeiro. Ficou confinado numa cela durante três anos e no processo de investigação, conhecido como Devassa, foi interrogado quatro vezes e confrontado com todos que o denunciaram.
Assumiu a responsabilidade da conspiração, inocentando os outros co-réus e, em 18 de abril de 1789, ouviu sua sentença de morte. Antes de ser enforcado no campo da Lampadosa – atual Praça Tiradentes – no Rio de Janeiro, disse: “Cumpri a minha palavra! Morro pela liberdade!”
Fontes oficiais afirmam que seu corpo foi esquartejado e a cabeça exposta em Vila Rica. Os outros pedaços foram espalhados pelo caminho, seus bens confiscados e sua memória difamada. Só em 1822 Tiradentes foi reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira e em 1865 proclamado Patrono Cívico da nação brasileira, tendo o dia 21 de abril sido declarado, posteriormente, como feriado nacional em sua homenagem.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Capitalismo, Socialismo e Anarquismo
O CAPITALISMO
O Capitalismo é um sistema econômico que vem definindo a história do mundo desde meados de 1400 até os nossos dias. No entanto, esse modelo econômico não é algo que tenha permanecido sob uma única forma ao longo desse tempo todo. Durante seis séculos, o capitalismo vem passando por diversas fases e influenciando de diferentes formas as sociedades onde ele foi implantado.
Também sofreu a ação de diversos fatores históricos e foi a causa de inúmeros outros. Assim, é praticamente impossível estudar a história do mundo ocidental a partir da modernidade, sem entender o capitalismo. Para começar, precisamos conhecer o próprio surgimento, bem como o seu conceito.
O Capitalismo se caracteriza pela propriedade privada dos meios de produção e pela liberdade de iniciativa dos próprios cidadãos. Nesse sistema, a produção e a distribuição das riquezas são regidas pelo mercado, no qual, em tese, os preços são determinados pelo livre jogo da oferta e da procura.
Outros elementos que caracterizam o capitalismo são a acumulação permanente de capital; a geração de riquezas; o papel essencial desempenhado pelo dinheiro e pelos mercados financeiros; a concorrência, a inovação tecnológica ininterrupta e, nas fases mais avançadas de evolução do sistema, o surgimento e expansão das grandes empresas multinacionais. A divisão técnica do trabalho, ou seja, a especialização do trabalhador em tarefas cada vez mais segmentadas no processo produtivo é também uma característica importante do modo capitalista de produção, uma vez que proporciona aumento de produtividade. O modelo capitalista também é chamado de economia de mercado ou de livre empresa.
Origem do Capitalismo
A crise do sistema feudal e o progressivo desenvolvimento do sistema capitalista foram às condições fundamentais para o surgimento do mundo moderno. Essa transição teve seus princípios no Século XII e avança até o final do Século XVIII. Seus limites extremos foram respectivamente, a crise do sistema feudal e a Revolução Industrial.
À medida que as relações feudais se transformavam, um novo sistema econômico começava a despontar na Europa, o capitalismo mercantil. Seriam necessários séculos para que se tornasse hegemônico no continente, mas muitos de seus princípios já estavam latentes naquelas sociedades da Baixa Idade Média.
Fases do capitalismo
A primeira fase de expansão do capitalismo confunde-se com a revolução industrial, cujo berço foi a Inglaterra, de onde se estendeu aos países da Europa ocidental e, posteriormente, aos Estados Unidos. A evolução do capitalismo industrial foi em grande parte conseqüência do desenvolvimento tecnológico. Por imposição do mercado consumidor os setores de fiação e tecelagem foram os primeiros a usufruir os benefícios do avanço tecnológico. A indústria manufatureira evoluiu para a produção mecanizada, possibilitando a constituição de grandes empresas, nas quais se implantou o processo de divisão técnica do trabalho e a especialização da mão-de-obra.
Na Inglaterra, Adam Smith e seus seguidores desenvolveram sua teoria liberal sobre o capitalismo. Na França, após a revolução de 1789 e as guerras napoleônicas, passou a predominar a ideologia do laissez-faire, ou do liberalismo econômico, que tinha por fundamentos o livre comércio, a abolição de restrições ao comércio internacional, o livre-câmbio, o padrão-ouro e o equilíbrio orçamentário. O liberalismo se assentava no princípio da livre iniciativa, baseado no pressuposto de que a não regulamentação das atividades individuais no campo socioeconômico produziria os melhores resultados na busca do progresso.
A partir da primeira guerra mundial, o quadro do capitalismo mundial sofreu importantes alterações: o mercado internacional restringiu-se; a concorrência americana derrotou a posição das organizações econômicas européias e impôs sua hegemonia inclusive no setor bancário; o padrão-ouro foi abandonado em favor de moedas correntes nacionais, notadamente o dólar americano, e o movimento anticolonialista recrudesceu.
Os Estados Unidos, depois de liderarem a economia capitalista mundial até 1929, foram sacudidos por violenta depressão econômica que abalou toda sua estrutura e também a fé na infalibilidade do sistema. A política do liberalismo foi então substituída pelo New Deal: a intervenção do estado foi implantada em muitos setores da atividade econômica, o ideal do equilíbrio orçamentário deu lugar ao princípio do déficit planejado e adotaram-se a previdência e a assistência sociais para atenuar os efeitos das crises. A progressiva intervenção do estado na economia caracterizou o desenvolvimento capitalista a partir da segunda guerra mundial. Assim, foram criadas empresas estatais, implantadas medidas de protecionismo ou restrição na economia interna e no comércio exterior e aumentada a participação do setor público no consumo e nos investimentos nacionais.
Crítica ao capitalismo
A mais rigorosa crítica ao capitalismo foi feita por Karl Marx, ideólogo alemão que propôs a alternativa socialista para substituir o Capitalismo. Segundo o marxismo, o capitalismo encerra uma contradição fundamental entre o caráter social da produção e o caráter privado da apropriação, que conduz a um antagonismo irredutível entre as duas classes principais da sociedade capitalista: a burguesia e o proletariado, isto é o empresariado e os assalariados.
O caráter social da produção se expressa pela divisão técnica do trabalho, organização metódica existente no interior de cada empresa, que impõe aos trabalhadores uma atuação solidária e coordenada. Apesar dessas características da produção, os meios de produção constituem propriedade privada do capitalista. O produto do trabalho social, portanto, se incorpora a essa propriedade privada. Segundo o marxismo, o que cria valor é a parte do capital investida em força de trabalho, isto é, o capital variável. A diferença entre o capital investido na produção e o valor de venda dos produtos, a mais-valia (lucro), apropriada pelo capitalista, não é outra coisa além de valor criado pelo trabalho.
Segundo os Marxistas, o sistema capitalista não garante meios de subsistência a todos os membros da sociedade. Pelo contrário, é condição do sistema a existência de uma massa de trabalhadores desempregados, que Marx chamou de exército industrial de reserva, cuja função é controlar, pela própria disponibilidade, as reivindicações operárias. O conceito de exército industrial de reserva derruba, segundo os marxistas, os mitos liberais da liberdade de trabalho e do ideal do pleno emprego.
A experiência Marxista
Depois de setenta anos de vigência, e muitas dificuldades internas decorrentes, principalmente, da instalação de burocracias autoritárias no poder, os regimes socialistas não tinham conseguido estabelecer a sociedade justa e de bem-estar que pretendiam seus primeiros ideólogos. A União Soviética, maior potência militar do planeta, exauriu seus recursos na corrida armamentista, mergulhou num irrecuperável atraso tecnológico e finalmente se dissolveu em 1991. A Iugoslávia socialista se fragmentou em sangrentas lutas étnicas e a China abriu-se, cautelosa e progressivamente, para a economia de mercado.
O capitalismo, no entanto, apesar de duramente criticado pelos marxistas, mostrou uma notável capacidade de adaptação a novas circunstâncias, fossem elas decorrentes do progresso tecnológico, da existência de modelos econômicos alternativos ou da crescente complexidade das relações internacionais.
O SOCIALISMO
A consolidação da ordem burguesa, industrial e capitalista na Europa do século XIX produziu profundas transformações no mundo do trabalho. As precárias condições de vida dos trabalhadores, as longas jornadas de trabalho, a exploração em larga escala do trabalho feminino e infantil, os baixíssimos salários, o surgimento de bairros operários onde conforto e higiene inexistiam, eram apenas algumas das contradições geradas pela nova sociedade capitalista.
É dentro desse contexto que se desenvolve a teoria socialista. Trata-se ao mesmo tempo, de uma reação aos princípios da economia política clássica e às práticas do liberalismo econômico que, nessa época, serviam de referencial teórico ao desenvolvimento do capitalismo.
Os pensadores socialistas entendiam que a produção capitalista, estabelecida a partir da propriedade privada dos meios de produção e da exploração do trabalho assalariado, era incapaz de socializar a riqueza produzida. Pelo contrário, o capitalismo tendia à máxima concentração da renda, não apenas pelo avanço contínuo do progresso da técnica aplicada à produção, mas, também, e principalmente, pelo fato de se apropriar do excedente das riquezas, produzidas pelos trabalhadores.
O Socialismo é um sistema político-econômico ou uma linha de pensamento criado no século XIX para confrontar o liberalismo e o capitalismo. A ideia foi desenvolvida a partir da realidade na qual o trabalhador era subordinado naquele momento, como baixos salários, enorme jornada de trabalho entre outras.
Nesse sentido, o socialismo propõe a extinção da propriedade privada dos meios de produção e a tomada do poder por parte do proletariado e controle do Estado e divisão igualitária da renda.
Os precursores dessa corrente de pensamento foram Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858), conhecidos como criadores do socialismo utópico. Outros pensadores importantes que se enquadram no socialismo científico são os conhecidos Karl Marx e Friedrich Engels.
Apesar das idéias socialistas terem sido criadas ainda no século XIX, foram somente no século XX colocadas em vigor. O primeiro país a implantar esse regime político foi à Rússia, a partir de 1917, quando ocorreu a Revolução Russa, momento em que o governo monarquista foi retirado do poder e instaurado o socialismo. Após a Segunda Guerra Mundial, esse regime foi introduzido em países do leste europeu, nesse mesmo momento outras nações aderiram ao socialismo em diferentes lugares do mundo, a China, Cuba, alguns países africanos e outros do sudeste asiático.
Diante de todas as considerações, a seguir os principais aspectos do socialismo que deixam claro a disparidade com o sistema capitalista:
• Socialização dos meios de produção: todas as formas produtivas, como indústrias, fazendas entre outros, passam a pertencer à sociedade e são controladas pelo Estado, não concentrando a riqueza nas mãos de uma minoria.
• Não existem classes, ou seja, existe somente a classe trabalhadora e todos possuem os mesmos rendimentos e oportunidades.
• Economia planificada: corresponde a todo controle dos setores econômicos, dirigidos pelo Estado, determinando os preços, os estoques, salários, regulando o mercado como um todo.
O socialismo que foi desenvolvido no decorrer do século XX e que permanece em alguns países até os dias atuais é conhecido por socialismo real, em outras palavras foi executado de forma prática. Por outro lado, o socialismo ideal é aquele desenvolvido no século XIX, que pregava uma sociedade sem distinção e igualitária, que acabava com o capitalismo. Os pensadores dessa vertente socialista eram em sua maioria anarquistas.
O principal pensador do socialismo foi Karl Marx, para ele esse regime surgiu a partir do capitalismo e seus meios de produção, tendo seu controle desempenhado pelo proletário, assim como o Estado, que posteriormente seria extinto, dando origem ao comunismo que corresponde a uma sociedade sem governo, polícia, forças armadas entre outros, além de não possuir classes sociais e economia de mercado.
Após o declínio do socialismo, a partir de 1991 com a queda da União Soviética, o sistema perdeu força no mundo, atualmente poucos países são socialistas, é o caso da China, Vietnã, Coréia do Norte e Cuba.
O ANARQUISMO
Movimento que surge no século XIX, propondo uma organização da sociedade onde não haja nenhuma forma de autoridade imposta. Para os anarquistas, uma revolução não deve levar à criação de um novo Estado porque este seria sempre uma nova forma de poder coercitivo. O anarquismo tem duas correntes importantes. Uma, pacífica, que tem como principal representante o francês Pierre-Joseph Proudhon. Para ele qualquer mudança social deve ser feita com base na fraternidade e na cooperação entre os homens.
A outra corrente afirma que a modificação da sociedade só pode ser feita depois de destruída toda a estrutura social existente. Para isso é válida a utilização da violência e do terrorismo. O russo Mikhail Bakunin, considerado um dos principais teóricos e militantes do anarquismo, chega a participar de atentados, influenciado por Serguei Netchaiev, um dos defensores dessa corrente.
Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), principal teórico do movimento anarquista, nasce em Besançon, França. Como sua família não tem condições de mantê-lo na escola, torna-se autodidata. Aos 18 começa a trabalhar como tipógrafo. Em 1840 publica “O que é a propriedade?”, onde defende a idéia de que toda propriedade é uma forma de roubo. Sua crítica à sociedade passa a sensibilizar um grande número de trabalhadores e em 1848 ele é eleito para a Assembléia Nacional.
Participa pouco das atividades parlamentares, mas suas idéias, divulgadas também em seu trabalho como jornalista, contribuem para a transformação do anarquismo em movimento de massas. Para ele a sociedade deve organizar sua produção e consumo em pequenas associações baseadas no auxílio mútuo entre as pessoas. Seus livros mais importantes são Sobre o princípio federativo, de 1863, e Sobre a capacidade política das classes trabalhadoras, de 1865. Morre de cólera em Paris.
Mikhail Aleksandrovitch Bakunin (1814-1876), anarquista russo, nasce em Premukhino, filho de um grande latifundiário. Em 1840 começa a estudar na Universidade de Berlim e no ano seguinte começa a se dedicar a atividades políticas. Entre 1843 e 1848 viaja por toda a Europa. Participa de movimentos revolucionários na Alemanha e acaba condenado à morte. Foge para a Rússia, onde é preso e deportado para a Sibéria, de onde foge para o Japão. Volta para a Europa e se envolve em movimentos revolucionários na Polônia e na Itália. Adere à Primeira Internacional.
Em 1868 funda a Aliança Internacional Democrática Social, entidade de destaque na introdução do anarquismo na Espanha. A partir de 1869 promove atentados junto com o russo Netchaiev. A intensa militância não impede que Bakunin deixe uma obra teórica. Propõe a revolução universal baseada no campesinato e defende o uso de violência. Entre seus livros mais importantes estão Deus e o Estado, de 1871, Federalismo, socialismo e antiteologismo, de 1872, e O Estado e a anarquia (1873). Morre em Berna, Suíça.
Comuna de Paris – Estado revolucionário formado em 1871 pelos operários de Paris. Dirigidos pelos socialistas blanquistas (partidários de Louis Blanc), e diante da situação criada pela guerra franco-alemã (tropas alemãs ocupam a capital), os operários realizam uma insurreição e assumem o poder. São derrotados pelas tropas estrangeiras. Cerca de 20 mil operários são executados. Seu fracasso contribui decisivamente para o declínio da I Internacional, que é extinta em 1876.
Marxismo e anarquismo
Na metade do século XIX, separaram-se as duas vertentes do movimento socialista que polarizaram as discussões ideológicas: o marxismo e o anarquismo. Ao mesmo tempo, o movimento operário começava a adquirir força no Reino Unido, França e em outros países onde a industrialização progredia.
Contra as formas utópicas, humanitárias ou religiosas, Karl Marx e Friedrich Engels propuseram o estabelecimento de bases que chamaram de “científicas” para a transformação da sociedade: o mundo nunca seria modificado somente por idéias e sentimentos generosos, mas sim, pela luta de classes. Com base numa síntese entre a filosofia de Hegel, a economia clássica britânica e o socialismo francês, defenderam o uso da violência como único meio de estabelecer a ditadura do proletariado (comunismo) e assim atingir uma sociedade justa, igualitária e solidária. No Manifesto comunista, de 1848, os dois autores apresentaram uma previsão de decadência do sistema capitalista e prognosticavam a marcha dos acontecimentos rumo à revolução socialista.
O anarquismo contou com diversos teóricos de diferentes tendências, mas nunca se converteu num corpo dogmático de idéias, como o de Marx. Proudhon combateu o conceito de propriedade privada e afirmou que os bens adquiridos mediante a exploração da força de trabalho constituíam um roubo. Bakunin negou os próprios fundamentos do estado e da religião e criticou o autoritarismo do pensamento marxista. Piotr Kropotkin via na dissolução das instituições opressoras e na solidariedade o caminho para o que chamou de comunismo libertário.
Na Rússia czarista, o Partido Social Democrata foi fundado em 1898, na clandestinidade, mas dividiu-se em 1903 entre o setor marxista revolucionário, dos bolcheviques, e o setor moderado, dos mencheviques. Liderados por Vladimir Lenin, os bolcheviques chegaram ao poder com a revolução de 1917.
As idéias socialistas tiveram bastante aceitação em diversos países das áreas menos industrializadas do planeta. Na maioria dos casos, porém, o socialismo da periferia capitalista adotou práticas políticas muito afastadas do modelo europeu, com forte conteúdo nacionalista.
Fim do "socialismo real" (comunismo)
Na última década do século XX chegou ao fim, de forma inesperada, abrupta e inexorável, o modelo socialista criado pela União Soviética. O próprio país, herdeiro do antigo império russo, deixou de existir. Nos anos que se seguiram, cientistas políticos das mais diversas tendências se dedicaram a estudar as causas e conseqüências de um fato histórico e político de tanta relevância.
Dentre os fatores explicativos do fim do chamado "socialismo real" da União Soviética destacam-se a incapacidade do país de acompanhar a revolução tecnológica contemporânea, especialmente na área da informática, a ausência de práticas democráticas e a frustração das expectativas de progresso material da população. As explicações sobre o colapso da União Soviética abrangem os demais países do leste europeu que, apesar de suas especificidades, partilharam das mesmas carências.
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